domingo, 12 de dezembro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

F22 Raptor


Este é mais um teste no Maya, o f22,ainda não está acabado porque tenho que ajustar umas coisas na malha, acredito que em breve farei bons trabalhos. Modifiquei a cor de um objeto na foto para facilitar sua diferenciação, esta cor não influirá no trabalho final, até a próxima galera!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CORPOS MUTANTES

“Corpos mutantes” trata do corpo na sociedade atual: suas alterações para possibilitar potencializações para uma melhor performance, vencer as doenças e o tempo e como ele é abordado pela mídia. Resumo a seguir aborda os artigos de Ieda Tucherman, Homero Luis Alves Lima, Claudio Ricardo de Freitas Nunes e Silvana Vildore Goelner,Malu Fontes e Danilo Silva Barata.
CORPO, FRAGMENTOS ELIGAÇÕES: A MICRO HISTÓRIA DE ALGUNS ORGÃOESE PROMESSAS.
Neste artigo, Ieda Tucherman, aborda o corpo na passagem do período moderno para a atualidade, que ela preferiu chamar de “pós-moderno” . O pós-moderno do fim da dicotomia corpo-espírito e do surgimento da tricotomia corpo-mente-máquina, do corpo como lugar de encenação, que pode ser modificado de acordo com as aspirações do homem, com o objetivo de potencializar uma função desejada ou atingir um ideal de beleza comercializado pelo cinema e TV.
Neste contexto de mudança a autora aponta como o cinema e logo depois a TV transformaram os hábitos:
“Não podemos entender a modernidade fora deste contexto, que proporcionou uma arena para a circulação dos corpos e de mercadorias, a troca de olhares e os exercícios de consumismo”.
O cinema modificou a cultura urbana, trazendo novas formas de presença e espaços públicos e privados, novas formas de consumismo e o corpo surge como um lugar de visão, atenção, a ser estimulado e adestrado. Também causou um impacto na forma de reconhecer os espaços, se tornou possível conhecer ambientes novos, possibilitando que pessoas conhecessem outros locais sem sair da sua região, se tornou válvula de escape com suas histórias românticas e finais felizes, conquistaram multidões:
“O cinema foi assim o cruzamento dos fenômenos da modernidade: tecnologia mediada por estimulação visual,representação da realidade possibilitada pela tecnologia,produzido para a massa e, finalmente,definido como captura do movimento”
Também aconteceu uma revolução no campo da fotografia policial trazida pelos filmes policiais uma vez que passaram a trabalhar a fotografia policial que possibilitou a pesquisa sobre imagens em movimento. Outra descoberta tecnológica foi o raio-x, contemporâneo ao cinema e que modificou a cultura visual médica: agora é possível ver por órgãos internos, fazer diagnósticos, sem abrir os corpos, possibilitando um entendimento do real a partir de representações, utilizando imagens para resolver problemas. Esta nova tecnologia da medicina também proporcionou quebras de paradigmas entre eles a idéia que se tinha de órgão humano que agora é exibido como peça de reposição, o coração por exemplo deixa de ser o recptáculo dos sentimentos e passa a ser uma bomba de sangue que pode ser trocada por outra.

CORPO CYBORG E O DISPOSITIVO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
Homero Luis mostra como a tecnologia foi utilizada para modificar o ser humano e que elas variam entre implantes, mapeamento genético, hypertextualização e até nanotecnologia, dentro deste contexto tecnológico surge o “ciborgue”, ser presente na TV,cinema,gibis,livros e imaginário das pessoas.
O texto trabalha com diferentes conceitos de ciborgue, o primeiro é praticamente a introdução ao termo que significa “organismo cibernético”, o homem máquina, um conceito criado por Nathan S. Kline e Manfred Clynes para definir como seriam os futuros astronautas. Este astronauta mais preparado para resistir às condições fora do planeta foram o marco inicial da Idea de ciborgue que dominou o cinema e outras mídias.
O segundo conceito de ciborgue e definido pela “Antropologia do ciborgue”, um campo de estudos que analisa a relação contemporânea corpo-tecnologia. Para esta vertente, ciborgue não é somente o homem máquina de Manfred e Nathan mas sim qualquer ser humano que: recebeu implantes de órgãos ou próteses e “modificou” seu organismo para resistir a doenças ou utiliza da psicofarmacologia para controlar seu comportamento e assim viver melhor. Este conceito modifica as fronteiras entre homem e máquina causando, segundo o autor, um borramento nelas. É baseado neste conceito que o ciborgue é abordado como um ser com várias possibilidades de para construir novas sexualidades.
O último conceito de ciborgue é o de Donna Haraway que o define como um híbrido de máquina e organismo que é ao mesmo tempo uma criatura de realidade social e ficção, que não se reproduz de forma orgânica nem esteja ligado a uma origem “mítica” do homem, sua origem estaria ligada a abalos de dualismos da cultura ocidental causados pela cultura Higtech: os dualismos humano-animal,organismo-máquina e físico-não físico.








O ESPETÁCULO DO RINGUE: O ESPORTE E A POTENCIALIZAÇÃO DE EFICIENTES CORPORAIS
O artigo de Claudio Ricardo de Freitas Nunes e Silvana Vildore Goelner nasceu de um trabalho etnográfico sobre como os atletas de M.M.A trabalham seus corpos para atingir uma performance perfeita nas lutas, seu objeto de pesquisa foram atletas de academia do Rio Grande do Sul, foram analisados rotinas de treinamento, preparação que antecede as lutas,reações de vitória e derrota e o uso de substâncias químicas lícitas e ilícitas para melhorar desempenho e atenuar as lesões de treinamento.
O trabalho deixa bem clara a diferenciação entre o “corpo fitness” do “corpo lutador”, o primeiro se ocupa com a preocupação estética enquanto o segundo modifica se e busca ultrapassar limites sem pesar as conseqüências com o objetivo de atingir a melhor performance no combate, na arena de vale tudo ou melhor (Mixed Martial Arts), onde o corpo é apreciado pela sua forma e desempenho em combate, tudo gira em torno de atingir melhor preparação possível para o dia em que ele será exibido numa demosntração de força física diante de uma platéia de que está presente para presenciar o espetáculo, é um corpo que não quer somente ser belo, mas sim, forte,vigoroso, resistente e vitorioso.
A pesquisa identifica estas perfomances como espetáculos: os lutadores treinam, disciplinam seus corpos, regulam sua dieta, usam substâncias químicas para se exibirem em uma luta que acaba se tornando um show para o público, que está ali para ver o combate mas também ver os corpos no combate, para admirá-los e desejá-los para si. Como já foi dito o atleta se utiliza de vários artifícios para melhorar esta performance, dentre eles o mais perigoso é o uso de substâncias químicas, para adquirir força e ignorar a dor, estas substancias variam chegando a ser utilizadas até mesmo substâncias utilizadas em animais. O lutador as utiliza sem medir as conseqüências porque seu sonho não é um corpo belo mas sim um corpo que lhe garanta a vitória, todo lutador de M.M.A quer subir no ringue e fazer parte de um torneio, um evento que se tornou tão lucrativo que abriu franquias de revistas, vestuário e atualmente videogames, este último não é citado no artigo.






O CORPO E A EXPRESSÃO VIDEOGRÁFICA: A VIDEOINSTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE UMA NARRATIVA CORPORAL
A vídeo instalação é uma linguagem considerada nova no campo da arte surgida no século XX, que visam intrigar e ao mesmo tempo chamar a atenção do espectador, trata-se da instalação de um aparato de vídeo em um determinado local, daí o nome vídeoinstalação, onde são exibidas cenas utilizando áudio e imagens fora do comum, há relatos de pessoas que sentiram repulsa ao assistirem tais exibições, porque elas se estruturam a partir de cenas que se repetem. Este conceito trabalha com a idéia de que imagens comuns pode se torna algo extraordinário e arte ao mesmo tempo.
Daniel Barata fez uma análise das apresentações do corpo na arte videográfica sob o ponto de vista estético e das exigências que as instituições de moda e publicidade impõem. Para Barata, esta imposição causou uma busca desenfreada por modificações no corpo que resultam de uma representação do corpo criada pelas mídias de comunicação. O autor traça o contexto que vai do surgimento do vídeo com os trabalhos de Edward MyuBridge, inventor do zoopraxinoscópio, um aparelho que foi capaz de decompor movimentos até o moimento em que os artistas tentam utilizar o vídeo para registrar a arte e assim evitar o uso da arte como produto de consumo, anos 60 e 70, nesta modalidade os corpos participam da produção artística que não teria com ser vendida, apenas registrada em vídeo, ma o que se verifica logo em seguida é a apropriação do vídeo para se fazer o oposto: o uso do vídeo para criar e impor para a massa um modelo de corpo, causando a busca desenfreada citada anteriormente.
A pesquisa revela que esta busca causou um afastamento das pessoas com seus laços de identificação, sociais familiares e étnicos. Seus objetos de pesquisa foram duas videoinstalções: a primeira fala sobre a aceitação/rejeição do corpo e a busca de um corpo idealizado, por esta razão o corpo ideal é alvo de constantes atualizações e rejeições visando atingir este corpo ideal. A segunda trata o corpo como um local onde os acontecimentos são inscritos, onde o corpo se mostra com duas faces: uma é o corpo aparente, idealizado que a pessoa busca desenfreadamente e o outro é o interior que guarda todas as “marcas” que o corpo sofre.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SIMPLESMENTE 3D! (parte 2 )

Como negar o potencial artístico desta interface após analisar a foto da nave? A mesa a seguir foi criada para servir de modelo para uma mesa de suporte para o data show, DVD, sistema de áudio e PC da escola.

O interessante deste software é que ele nos possibilita incontáveis sensações: o 3d dá uma possibilidade imensa de criação artística, usando a mão livre ou através de cálculos matemáticos, também podemos trabalhar com geometria descritiva, uma vez que utiliza pontos de visão ortogonais.Imagina só analisar o mesmo objeto por vários pontos de vista ao mesmo tempo, observar seu desenvolvimento animação e modelagem sem sair do lugar? Verifica-se logo de início uma redefinição dos espaços, mas será que é só isso?

VIVA O EIXO Z!
Aprendemos desde criança a manipular os eixos “x” e “y” no plano cartesiano mas você sabia que existe um terceiro eixo? Trata-se do eixo “z”, abordado poucas vezes na escola ou simplesmente ignorado, ele é o eixo da profundidade, importantíssimo para a arte, a geometria, geografia e várias outras aeras, será que nossa compreensão do espaço seria a mesma sem o eixo z? Como estudar sobre relevo sem ele? Como desenhar em três dimensões sem o conceito de profundidade? Parecem perguntas bobas mas a verdade é que no campo prático o eixo z é ignorado apesar de andarmos sobre ele, usarmos e abusarmos dele quando desenhamos ou assistimos filmes anaglífos.
Uma vez fiz um comentário sobre a existência deste eixo e qual não foi minha surpresa ao perceber que poucos professores o conheciam, são em encontros como este em que me pergunto: “Para que diabos a escola serve, se não consegue trabalhar uma coisa tão simples?” E o pior, aqueles que não conheciam do assunto faziam comentários jocosos, o que pareceu um pouco de descaso para mim, e aí professor? Qual a solução? Vá estudar! Leia sobre o assunto, compreenda como seu espaço é composto e depois leve suas conclusões para sala, você vai se surpreender com os resultados!

SIMPLESMENTE 3D!

Quem acompanha minhas aulas, ou é um colega de trabalho sabe muito bem que o mundo digital faz parte da minha vida e eu não consigo retirá-lo da minha vida em momento algum,por esta razão ele me acompanha no quarto, na rua, no banheiro, no lazer e no trabalho. Ele se faz tão presente em minha vida porque é um mundo complexo com o qual eu mantenho diálogo constante, eu pergunto sobre as potencialidades deste mundo na minha prática pedagógica e o utilizo em sala, tanto para aulas expositivas quanto para aulas interativas, descobri esta potencialidade porque constatei que assim como na educação a tecnologia está ligada a minha vida, eu não estou professor, eu sou professor, e assim sou quando estou fora da sala, no quarto, na rua, no banheiro.
Em outras palavras eu não sou neutro, quando vou para sala, meus problemas, desejos, experiências de vida vão juntos, não há um alter ego, ritual de transformação ou algo do gênero para sala de aula, eu me permito dar minha opinião aos meus discente sobre aquilo que eu trabalho em sala, eu quero saber a opinião deles, quero saber o que eles pensam da minha aula e faço questão de que eles saibam o que eu espero da educação, sendo assim é muito natural que eu queira trabalhar o mundo digital em sala, pois trata-se de minha vida.
Hoje eu voltei a trabalhar com interfaces 3d mais complexas, como o Maya a foto a seguir é um trabalho realizado no Maya.

sábado, 28 de agosto de 2010

Exemplos de vídeo como elemento estruturante

Eu desenvolvo desde 2006 um trabalho de autoria de vídeo na Escola Municipal Dona Arlete Magalhães e escolhi este tipo de trabalho porque percebi a importância do vídeo na formação da identidade do estudante enquanto pessoa, experiências de vida, criação de roteiros, licenças poéticas, regras de organização, design percebi meus discentes passam por tudo isto e provavelmente ocorrem outros eventos e processos dos quais eu a ainda não notei e não estou pronto para notar. Abaixo vão 2 vídeos produzidos em 2008, em breve postarei para download os trabalhos de 2006.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Resenha do livro "O que ´virtual?"

O filósofo francês Pierre Lévy é mestre em História da ciência e doutor em Sociologia e Ciência da Informação e Comunicação na universidade de Sorbone, na França e ocupa a cadeira de Inteligência Coletiva na Universidade de Otawa,no Canadá. Seu trabalho tem sido de grande valia na compreensão dos efeitos das tecnologias de comunicação no mundo atual, entre suas obras podemos destacar “A Revolução Contemporânea em matéria de Comunicação” , “As tecnologias da inteligência” e “Cibercultura”.
A obra “O que é virtual?” aborda os efeitos da virtualização na sociedade moderna em 9 capítulos, onde são aplicados conceitos que são demonstrados atrvés de exemlos reais. O primeiro capítulo trabalha de maneira conceitual os fenômenos da virtualização, possibilidade, desterritorialidade,o real e o atual que na verdade são conceitos presentes em toda obra, sendo assim o primeiro capítulo serve de base conceitual para compreensão da discussão dos capítulos seguintes. Logo de inicio ele desmitifica a idéia que se tem sobre o virtual como ilusão, algo oposto ao real, virtual é Segundo Lévy tudo aquilo que possui potencialidade para acontecer, se tornar concreto.
Os capítulos seguintes tratam do fenômeno da virtualização nos corpos, na economia, nas linguagens, inteligência e suas consequencias na reformulação da organização das civilizações humanas. O homem está neste processo em constante mudança: mudanças sensoriais,físicas através da exploração do próprio corpo, conhecê-lo sem mesmo abrí-lo e torná-lo melhor, fazer com que ele interaja com corpos virtuais atrvés da relidade virtual e até mesmo através dela crie situações que interfiramem aparelhos tangíveis. O corpo também sofre virtualização através da tentativa de prolongamento da vida através das trafusões que geram desterritorialização de sangue e orgãos humanos , de outros animais, através dos esportes e segundo Lévy tudo isto são formas virtuais que o homem desenvolveu para escapar de sua situação atual. Estes são exemplos utilizados pelo autor para mostrar as consequ~encias do virtual no corpo humano.
Em seguida ele aborda a virtualização do texto, que desde sua origem histórica é tido como objeto virtual e como o próprio ato da leitura já faz parte de um fenômeno de atualização que por sua vez desencadeia, ura ação de selação, corte e dobramento sobre si mesmo fazendo com ele mude. O texto é apresentado como uma construção por parte de quem o lê, está sujeito á subjetividade e se relaciona com outros textos, neste momento Levy começa a trabalhar a idéia do hipertexto, que está sempre em transfrmação,sofrendo alterações criando uma cadeia de relações complexas.
O quarto capítulo mostra como o fenômeno da virtualização afetou a ecoomia mundial onde o processo de desterritorialização influenciou áreas como o turismo causando mudanças no fluxo de pessoas no mundo, também o surgimento das transações financeiras virtuais, de bancos on line a mercados virtuais onde o dinheiro não é tangível mas movimentam grandes somas, fazendo com que o mercado mundial se modificasse no sentido das relações de compra e venda.
Os capítulos seguintes mostram como as tecnologias da comunicação afteram o aspecto cognitivo do homem, as mudanças ocorridas graças a virtualização da linguagem, seu início com a fala, em seguida sua passagem para a escrita, depois a imprensa, em todas estas situações o virtual esteve presente e mais uma vez se manifesta, agora atrvés de outra tecnologias da informação entre elas a internet, que acabam por gerar alterações na inteligência das pessoas, uma vez que ela conecta pessoas de várias partes do mundo, outrora separadas por questões georáficas agora podem interagir a trocar conhecimentos
Este processo de virtualização acaba sendo responsável pela formação do que Lévy denominou de inteligência coletiva, que seria um fenômeno antigo nascido da troca de conhecimentos entre os homens, fazendo com que todos gozem dos conhecimentos gerados pelas pessoas ao passar dos anos, inteligencia coletiva que difere das relações mantidas em algumas sociedades de insetos onde há um domíni de um líder sobre o coletivo. No caso da inteligência coletiva é possível contribir com novas descobertas, mudar de status social e ainda assim manter sua individualidade apesar de todo conhecimento estar ligado, as tecnologias de comunicação agem como catalisadores desta inteligência uma vez que aumentam o grau de interatividade entre as pessoas,intensificando trocas de conhecimento de uma maneira dinâmica e tornando-o, consequentemente coletivo.
O autor finali seu trabalho fazendo uma revisão dos seu objetivo iniciale afirma a virtualização comoum movimento a raça humana se constituiu e que até hoje continua modificando-a e que está desvinculada à idéa de ilusão sendo na verdade o processo no qual as pessoas compartilham uma realidade.
Concluido, “O que é virtual” demosntra o processo atual de virtualização da humanidade, onde nós estamos sempre aprendendo, nos transformando e modificando o que está ao nosso redor, é uma leitura que nos faz refletir sobre o conceito do termo “virtual” e ao mesmo tempo nos leva a questionar sobre as rápidas mudanças que acontecem na nossa sociedade e no meu caso deixou uma pergunta ecoando na minha mente:”O que não é virtual?”

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A dimensão estruturante da tecnologia em educação.

Neste texto eu resolvi fazer uma análise de dois aspectos das tecnologias aplicadas no contexto educacional: uma é sua abordagem como ferramenta e a segunda a sua dimensão estruturante.

A primeira se refere ao uso voltado para melhorar a performance do professor em sala, visando somente aumentar a qualidade da aula expositiva, assegurar o controle sobre os alunos , criar estímulos visuais, otimizar o gerenciamento de notas e assim garantir um aumento no aprendizado. Neste caso as tecnologias em educação são encaradas como ferramentas utilizadas pelo professor para se atingir objetivos.

A idéia de tecnologia como elemento estruturante trabalha com o uso das tecnologias no sentido de se desenvolver espaços de produção, autoria e partilha de conhecimentos. Neste espaço o professor é um mediador de um processo, orientando o estudante e mostrando o campo de possibilidades de criação utilizando as novas tecnologias.

Quando comparei os dois casos notei que há pontos de superação do segundo em relação ao primeiro, e neste texto me limitarei a trabalhar três destes pontos mas sem pretensões de esgotar a discussão.

O primeiro ponto de superação é referente ao grau de interatividade: muitos pensam que basta levar um PC para a sala de aula, conectá-lo a um projetor, exibir uma apresentação em Power point e todos os problemas estarão acabados. Uma apresentação deste tipo é realmente atraente e estimula a atenção, mas ainda não é o bastante, porque o aluno ainda é passivo, a aula é trabalhada de forma expositiva, mudaram somente os recursos. Trabalhando de maneira estruturante o professor traz uma proposta de trabalho onde, professor, aluno e recursos estão envolvidos em um processo no qual o aluno interfere e escolhe os caminhos que deve seguir sob orientação do docente, passa por uma etapa de pesquisa, cria seu texto e seu produto final é uma apresentação usando novas tecnologias e que podem estar ligadas a outras apresentações que sigam seu estilo através de recursos como o hyperlink.

Possibilitar ao estudante a escolha de qual caminho trilhar e criando um produto utilizando algum tipo de tecnologia em educação nos leva ao segundo ponto de superação: a autoria, a aula expositiva do professor possui um grau de interferência muito baixo, professores mais experientes são capazes de estimular a participação dos alunos com questionamentos exibindo vídeos ou fazendo análises iconográficas e inocológicas de fotos,mas ainda assim o processo de criação fica limitado às mãos do professor, este tipo de aula não possibilita que o aluno crie e para que tal situação aconteça, o uso destas tecnologias devem ser utilizadas por todos na sala e aula o PC, o software, o projetor, todos estes elementos devem ser encarados como parte de um processo maior onde há momentos de problematização, buscas por respostas e um produto final, onde os envolvidos assumem a autoria e responsabilidade sobre tudo que é produzido, ao invés de simplesmente se limitarem a colar fotos em um painel e decorar textos da internet. A tecnologia entra assim como elemento estruturante, criando novas formas de saída para este conhecimento produzido.

A possibilidade de se criar novas saídas para a produção em sala nos leva ao terceiro ponto de superação: a quebra de linearidade. A publicação de trabalhos com hyperlinks, seja ela online ou offline, possibilita com que o leitor estude tema variados. Estudantes podem ligar seus trabalhos a outros caso estes possuam algum tipo de afinidade, fazendo assim com que eles se complementem e criem uma rede onde estes conhecimentos estejam ligados de uma forma que não exista uma “ordem” estabelecida do que deve ser estudado, o leitor busca o conhecimento a partir de necessidades próprias, por exemplo, eu posso estudar sobre meio ambiente e no meio daminha leitura deparar com um hyperlink sobre “aquecimento global”, o tema principal não foca todos aspectos sobre aquecimento global mas me mostra um caminho onde escolho se devo ou não me aprofundar mais neste tópico no momento em que eu assim desejar. Antigamente eu terminaria a leitura principal para em seguida partir em busca do novo tema, agora é possível criar o hyperlink e enriquecer a leitura.

Não se trata somente de afirmarmos que “não devemos usar as novas tecnologias para criar aulas expositivas”, mas sim entendermos o campo de possibilidades existentes no uso dos novos recursos tecnológicos como elementos estruturantes, acredito que aulas expositivas sempre existirão com ou sem estes novos recursos, o que nós não podemos é fazer delas a nossa única opção, além disto existem problemas no tocante a metodologia com estes elementos estruturantes, acredito que a utilização plena deles somente acontecerá quando ocorrer uma revisão geral sobre o que é educação, ou melhor como a sociedade encara este conceito. Será que é possível explorar este campo de possibilidades em salas com 40 estudantes e ainda assim garantir qualidade de trabalho? As equipes pedagógicas das escolas estão prontas para revisar o conteúdo programático, habilidades e competências, processo avaliativo e discutir novas propostas de produção? São questionamentos que acredito serem pertinentes uma vez que propostas de interatividade,autoria,quebra de linearidade e criação de redes educacionais exigem uma nova postura dos profissionais envolvidos em educação.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

FINALMENTE!

É isso aí galera, tomei vergonha e agora meu blog nasceu! Aqui vocês vão poder me acompanhar nas minhas viagens sobre tecnologia e educação, através dos meustextos e tutoriais.